Haddad celebra queda da miséria e diz não concordar com críticas do mercado ao pacote de gastos
04/12/2024
Brasil alcançou em 2023 menores níveis de pobreza da série histórica iniciada em 2012. Segundo pesquisa, reprovação do governo no mercado financeiro chegou a 90%. Haddad e Lula durante reunião no Palácio do Planalto em Brasília, em 27 de novembro de 2024
Reuters/Adriano Machado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta quarta-feira (4) os dados que apontam uma queda da miséria no país no ano passado.
Ele também disse não concordar com as críticas do mercado financeiro ao pacote de cortes de gastos anunciado na semana passada pela equipe econômica.
As declarações foram dadas durante participação em evento promovido pelo portal "Jota" em Brasília.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil alcançou, em 2023, os menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica iniciada em 2012.
Os dados constam da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, que traz análises sobre as condições de vida da população brasileira.
"O IBGE acaba de dizer que estamos no menor índice de miséria da serie histórica, e conseguir fazer isso em menos de dois anos é uma coisa muito importante. Um país sem miséria e sem fome é a primeira providência que qualquer Estado deveria almejar", declarou Haddad.
Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, a reprovação do governo Lula (PT) entre os agentes do mercado financeiro cresceu e chegou a 90%, após o anúncio do pacote de corte de gastos.
Governo tenta aprovar urgência para votação de medidas de corte de gastos
"Mandamos muita coisa ao Congresso. Mexemos com BPC, abono, salário mínimo, Bolsa Família. No sentido de buscar justiça, sabendo que é necessário fazer uma contenção dos gastos para não comprometer trajetória virtuosa que vivemos", declarou Haddad.
De acordo com o ministro, os bancos, que emprestam recursos às pessoas físicas e empresas avaliam que o governo enviou um pacote de cortes de despesas ao Legislativo que está sendo "subestimado" por outra parte do mercado financeiro, a dos fundos que gerenciam aplicações financeiras.
"Não me parece que as medidas de contenção de gastos sejam irrelevantes como alguns estão querendo fazer parecer", declarou o ministro da Fazenda. Ele acrescentou: "Não concordo com a avaliação que está sendo feita das medidas que enviamos".